Pantanal

Na maior planície alagável do mundo, declarada Reserva da Biosfera e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, os números impressionam. São 220 mil quilômetros quadrados de área divididos entre três países: Brasil, Bolívia e Paraguai, abrigando 3.500 espécies de plantas, 650 de aves, 300 de peixes, 95 de mamíferos, 41 de anfíbios e 50 de répteis.

No Brasil, o complexo do Pantanal é dividido entre Pantanal Sul (Mato Grosso do Sul) e Pantanal Norte (Mato Grosso). Composto por três biomas – Cerrado, Pantanal e Amazônia – é ainda cortado por três bacias hidrográficas: a Amazônica, a Platina e a do Tocantins, fazendo da região um dos lugares com maior biodiversidade e volume de água doce do mundo.

Três cidades levam ao Pantanal Norte: Cáceres, Barão de Melgaço e Poconé. Esta última é considerada a principal porta de entrada da região, uma vez que leva à lendária Rodovia Transpantaneira. Já o Pantanal Sul é acessado por Aquidauana, Corumbá, Miranda e Porto Murtinho.

Quem optar por cruzar a Transpantaneira deve deixar a máquina fotográfica sempre preparada. Percorrer seus 145 km é como estar em um verdadeiro safári – a todo momento, um animal surge na paisagem. São jacarés, tuiuiús, veados, gaviões… que dividem a atenção com as 125 pontes de madeira ao longo do percurso, tornando a viagem ainda mais rústica e selvagem.

No Pantanal, os programas são definidos pelas águas, com seus períodos de seca e cheia. Os roteiros podem ser explorados por terra ou pelos rios, dependendo da época. Em ambos, porém, tudo à volta é pura biodiversidade, um banquete para os sentidos.

A estação da seca ocorre de abril a novembro quando as águas baixam, formando baías repletas de peixes. É a época para admirar a fauna e ver de pertinho os jacarés, capivaras e ariranhas, além das muitas espécies de pássaros. Entre abril e junho, o Pantanal atravessa uma de suas épocas mais exuberantes, com lindo pôr do sol, temperaturas amenas e noites estreladas. A partir de agosto ocorre a floração dos ipês e as aves entram na estação reprodutiva, exibindo plumagens com cores ainda mais intensas.

De dezembro a março, na estação da cheia, as águas avançam sobre os campos, no desabrochar espetacular da flora. Começam a surgir, aí, os animais de grande porte como os cervos pantaneiros, os tamanduás, as antas e as onças.

Independente da época, o segredo é ter disposição para acordar cedo e dormir tarde – somente assim é possível curtir algumas das atividades “obrigatórias”, como o safári fotográfico, a focagem noturna e os passeios de barco e a cavalo, que podem acontecer no amanhecer ou no entardecer.

Para conhecer bem o Pantanal Norte ou Sul, a dica é a hospedagem em fazendas. Nossa sugestão é um programa de 3 ou 4 noites que oferece um intenso contato com a natureza e a cultura pantaneira em um espaço que apoia projetos de pesquisa e conservação ambiental.

As atividades de contemplação oferecidas variam de acordo com as condições climáticas do Pantanal. Todas são acompanhadas por guias especializados em fauna e flora pantaneiras, bilíngues e pelos guias de campo, moradores da região que conhecem profundamente o Pantanal.

Entre os programas estão: Caminhadas por trilhas, Safári fotográfico, Passeio de canoa canadense (contemplação de vegetação, de as aves aquáticas e do pôr do sol), Focagem noturna, Jeep safari, Passeio de bicicleta e Observação de aves.

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